Desvendando a prática distribuída: passo a passo

Controlar seu tempo de estudo é essencial para aplicar o método da prática distribuída Fonte.

A prática distribuída, também conhecida como prática (ou aprendizagem) espaçada, é um método de estudo que consiste em estudar e praticar por pequenos períodos de tempo, distribuídos no longo prazo.

O método é uma das estratégias de estudo mais eficazes e pode resolver diversos problemas.

Você vêm passando ou já passou por algumas dessas situações?

  • Não consegue se lembrar do que estudou poucos dias depois
  • Quando está lendo, não se lembra nem do último parágrafo
  • Aprender algo novo sempre é muito difícil para você
  • Não consegue se concentrar por muito tempo
  • Você quer correr, somente de pensar em estudar

Se você se identificou com algum desses itens, leia esse artigo até o final. Afinal, eu vou te mostrar como a prática distribuída vai resolver essas problemas.

Se este não é o seu caso, tudo bem. De qualquer forma, eu vou lhe apresentar um método eficiente que vai aumentar ainda mais sua capacidade de aprendizagem e memorização. 

Seja como for, nesse artigo você vai entender a ciência por trás do método e aprender como executa-lo passo a passo.

Em outras palavras, você irá aprender um método que foi considerado um dos mais eficientes de acordo com uma pesquisa desenvolvida por John Dunlosky em 2013.

Ou seja, é a mais pura ciência sendo utilizada a favor do seu desempenho e produtividade. 

A Curva do esquecimento

A situação abaixo já aconteceu com você?

Você tinha uma reunião importante no dia seguinte. No entanto, não se preparou anteriormente e teve que fazer tudo no dia anterior.

Neste dia, você aprendeu, estudou e “revisou” tudo aquilo que queria apresentar, com muita intensidade. Inclusive até madrugou, ficando acordado a base de muito café.

Na manhã da reunião, você simplesmente fez uma apresentação espetacular, pois estava com tudo na ponta da língua.

No entanto, no dia seguinte, quando você foi verificar os pontos que havia abordado, você se lembrava muito pouco do que havia falado.

Um pouco estranho, não é mesmo?

O mesmo acontece quando você estuda para uma prova, apenas na véspera.

Você até vai conseguir ter “bons resultados”, mas isso não compensa. Nem no curto e muito menos no longo prazo.

E tudo isso ocorre, por conta da famigerada curva do esquecimento. Que neste caso, foi muito agravada pelo fato de você querer aprender tudo de uma vez só.

Dê uma olhada nesse gráfico, elaborado pelo pessoal da Granconcursos:

 

Em apenas 24 horas você pode esquecer mais de 30% do que aprendeu, podendo chegar a mais de 80% uma semana depois. 

É simplesmente uma taxa de “esquecimento” absurda.

Já pensou todo o tempo que você investiu para aprender algo, indo embora em poucos dias?

Infelizmente, essa é a dura realidade, ou você muda a maneira como estuda, ou será um eterno refém da curva do esquecimento. 

A origem da dificuldade em aprender e memorizar

Voltando a situação anterior, ao estudar tudo em só dia, você fica completamente estressado.

Além disso, gasta muita energia pois tem que ficar acordado por mais tempo.

Seu problema, será ainda muito maior se naturalmente você possui dificuldades em se concentrar.

Por fim, a situação fica ainda pior se você decide madrugar, pois dormir é essencial para que você forme memórias de longo prazo.

Na verdade, esse é um dos principais motivos pelos quais as pessoas “não gostam” (e muitas tem pavor) de aprender ou estudar. 

O fato de deixar tudo para última hora é algo quase que cultural.

Se você possui um raciocínio rápido e facilidade em aprender até vai colher “bons resultados”.

No entanto, isso além de não ser saudável, compromete completamente a retenção dessas informações.

Por que você vai querer “jogar fora” aquilo que custou tanto para entender?

É isso que acontece quando você aprende ou estuda uma grande quantidade de informações de uma vez só. A informação fica armazenada na sua memória de trabalho e isso é suficiente para que você resolva uma prova, por exemplo.

No entanto, no longo prazo você retém muito pouco daquilo que aprendeu. Portanto, essa não deixa de ser a origem da sua dificuldade em aprender e memorizar. Na verdade, ao estudar de maneira errada, você está apenas empilhando um monte de informação no seu cérebro.

É preciso de um tempo para processamento, mas mais importante do que isso, é necessário REVISAR.

Entendendo o método

A melhor maneira de aprender, dominar e reter um conteúdo é a distribuição das sessões de aprendizagem ao longo do tempo.

Portanto, a prática distribuída consiste, basicamente em distribuir a aprendizagem e/ou estudo sobre determinado assunto no tempo.

Desta forma, você deve ter duas ou mais sessões espaçadas por pelo menos um dia e com durações mais curtas.

Além disso, é possível que você faça as sessões no mesmo dia, que ainda será eficiente.

A repetição (ou revisão) é uma das melhores formas de reter a informação na memória de longo prazo, e é justamente isso que o método propicia. Ao efetuar a prática distribuída, você estudará com qualidade por pequenos períodos de tempo, várias vezes no longo prazo.

Assim, constantemente você estará acessando a mesma informação. O que é bem diferente de tentar aprender tudo de uma vez em um curto período.

Do mesmo modo,  é muito mais fácil se manter focado e concentrado em períodos de tempo menores.

Como e porque o método funciona?

De acordo com algumas teorias cada vez que você encontra um item durante a revisão, há uma tentativa de relembrá-lo da memória.

Ou seja, se a recordação foi bem sucedida, a memória se torna mais resistente ao esquecimento.

Ainda, a variabilidade de contextos na qual ocorrem as sessões de prática distribuída, ajudam na memorização. Isso ocorre, porque o contexto (e.x, o que você está pensando, como está se sentindo e como adquire a informação) é codificado pelo nosso cérebro.

Neste caso, torna-se uma pista para se recordar de algo.

Isso significa, que podemos dizer que essa é uma das técnicas mais efetiva para quem deseja aprender de forma significativa. E este fator irá gerar memórias de longo prazo.

O passo a passo da técnica

  • Realize sessões menores: Menos tempo = Mais foco.  Se hoje você aprende em blocos de uma hora, reduza para 25-30 minutos. Faça uma pausa de 5 minutos antes do próximo. Mantenha-se atento durante todo o tempo.
  • Intercale assuntos diferentes no mesmo dia: Ao invés de estudar duas horas seguidas de um único assunto, faça uma pausa mais longa e inicie outro assunto completamente distinto.
  • Pratique a recordação ativa: Ao iniciar uma nova sessão, tente se lembrar sem consultar o material do que aprendeu na última sessão. Desta forma, escreva tudo o que aprendeu sobre o último conteúdo estudado. Posteriormente, compare suas anotações e complemente as informações faltantes. O material que você confeccionar, pode ser utilizado para as revisões.
  • Faça testes semanais para verificar seu progresso: Crie pequenas questões com os materiais estudados e resolva-as pelo menos uma vez por semana. Se estiver se preparando para uma prova, resolver questões antigas vai te ajudar muito.
  • Faça um cronograma de revisões: Revise o material que aprendeu/estudou no final do dia. Posteriormente, revise-o no dia seguinte, na próxima semana e dali um mês. Não há regra, o importante é testar um cronograma de revisões que se adeque a sua realidade. Além disso, ele deve ser eficiente na retenção das memórias em longo prazo.

 

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