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A aprendizagem é algo muito dinâmico não é mesmo? A cada dia a ciência faz novas descobertas e certamente não há nenhum consenso a respeito da melhor forma de estudar. Apesar disso, o lema no Primeiro da Classe é conhecer toda e qualquer alternativa que possa de alguma maneira incrementar nossos resultados, principalmente se ela não for convencional.

Sabemos que o melhor método de estudos é aquele que gera mais resultado para você. Portanto, não estamos recomendando que você estude assim ou assado, apenas estamos lhe apresentando um arsenal de técnicas para você testar e verificar se fazem sentido para você.

Ao mesmo tempo, utilizamos a ciência a nosso favor e trazemos métodos em que os resultados foram mais satisfatórios, ou seja, eles contribuem de alguma forma para que você estude melhor.

Desta forma, nesta postagem traremos algumas formas de estudos “não convencionais” que podem fazer com que você estude melhor. Denominamos elas de não convencionais pois as informações apresentadas aqui não são divulgadas de forma tão ampla quanto outras técnicas. Portanto, mantenha sua mente aberta e vamos verificar as cinco formas não convencionais para estudar melhor.

Faça atividade física enquanto estuda

Um estudo desenvolvido na Universidade de Dali, na China, sugere que se exercitar enquanto estuda pode auxiliar você a aprender uma nova língua.

Na pesquisa, um grupo de 40 chineses (homens e mulheres) que gostariam de aprender inglês, foram divididos em dois grupos. Um grupo estudou um vocabulário por meio da exibição das palavras em uma tela. O outro grupo, repetiu a mesma experiência, com um pequeno detalhe: eles estudavam enquanto pedalavam em uma bicicleta ergométrica. Este processo foi repetido oito vezes durante dois meses.

Ao final da pesquisa constatou-se que os estudantes que pedalaram enquanto aprendiam, tiveram melhores performance nos testes e apresentaram melhor reconhecimento de frases. Desta forma, de acordo com uma das autoras da pesquisa, Simone Sulpizio, os resultados sugerem que a atividade física durante o aprendizado melhora a compreensão.

Um tanto curioso, certo? Já pensou em estudar na esteira ou fazendo bicicleta? Que tal experimentar esse método? Você pode baixar conteúdos em áudio ou até mesmo gravar os seus resumos e anotações para ouvir enquanto se exercita. Já pensou em queimar umas calorias e aprender um monte de coisas ao mesmo tempo?

Alterne seus locais de estudo

Em meados da década de 70, pesquisadores da University de Michigan se questionaram a respeito do que aconteceria com uma pessoa que estudasse o mesmo material em locais diferentes. Para elucidar a questão, eles desenvolveram um estudo em que apresentavam a um grupo de estudantes uma lista de 44 palavras com quatro letras.

Metade dos alunos estudou as palavras em duas sessões de 10 minutos, com um pequeno intervalo, no mesmo local. A outra metade estudou em dois locais diferentes: em um porão e em um quarto limpo.

Ao final do experimento constatou-se um dado impressionante: o grupo que estudou no mesmo ambiente se lembrou em média de 16 das 40 palavras, enquanto que o grupo que alternara os ambientes se lembrou de 24. Ou seja, o incremento na recuperação das palavras foi de 40%. Essa pesquisa motivou outros estudos que acabaram constatando que não importa muito quais aspectos variem em um ambiente, desde que haja alguma diferença.

Por esse motivo, experimente estudar em locais diferentes. Isso vai contra ao que falamos sobre ter um local específico para estudar, certo? Mas isso não significa que você não possa ter o seu. Apenas, a partir de agora experimente estudar em uma cafeteria, em um co-working, na biblioteca e alterne com o seu cantinho. A ideia aqui é tornar o seu aprendizado independente do entorno.

“Não leia” suas anotações

O título pode parecer exagerado, mas como assim? De acordo com Daniel Willingham, especialista na aplicação de técnicas de aprendizagem em sala de aula, o aluno ao estudar não deve concentrar o estudo diretamente em suas anotações. Neste caso, o melhor a ser feito é criar um material inteiramente novo, de forma reorganizada, de modo que o aluno seja obrigado a pensar a matéria de novo, de maneira diferente.

Interessante não é mesmo? Apenas cuide para não eliminar as anotações da sua vida, eles são úteis para fins de revisão e também aumentam sua capacidade de memorizar o material. No entanto, confeccionar outros materiais, de acordo com o indicado por Willingham, é uma forma de ter uma fonte variada de materiais e isso pode incrementar seu rendimento. Além disso, confeccionar materiais sem qualquer tipo de consulta é ainda mais poderoso, mas falaremos disso mais adiante neste post.

Cheque as redes sociais em suas pausas*

Essa parece bem inusitada e muitos dirão que é absurda. Afinal, a maioria das cartilhas sobre estudos por aí, sugerem que você mantenha distância de qualquer dispositivo eletrônico enquanto estuda. De fato, manter seu celular por perto pode ser trágico se você não tiver a disciplina necessária para não o utilizar enquanto estuda.

Por outro lado, dar aquela checada nas redes sociais pelo período de 5 a 10 minutos, pode ser o suficiente para que seu cérebro dê uma descansada e retorne mais ativo no bloco seguinte. Isso é válido principalmente quando você está empacado na compreensão de um conteúdo, naquele momento em que você está lendo o mesmo parágrafo pela quarta vez ou tentou pela quinta vez resolver uma equação matemática.

Distrair-se daquilo que você está fazendo permite que você se desfaça de suposições equivocadas, reveja as informações por um novo ângulo e volte a estudar revigorado. De acordo com alguns autores, isso ocorre pois o cérebro continua trabalhando neste intervalo de desconexão, inconscientemente.

*O asterisco inserido no título é para tomar muito cuidado com essa técnica. Por favor, utilize-a com moderação. Já falamos aqui no blog da importância das pausas e do estudo em pequenos blocos. Se você optar por esse estilo de estudo, utilize suas pausas com algo menos tentador do que acessar o Instagram. No entanto, se empacou de vez, nada impede que você dê aquela navegada, principalmente se for na nossa página no Instagram, o que você acha?

Prefira um teste ao invés de reler resumos

Em alguns estudos conduzidos por Karpicke e Roediger entre 2000 e 2010, grupos de alunos deveriam estudar das seguintes formas: estudar determinado conteúdo em duas sessões de sete minutos, separadas por um intervalo de mesma duração, enquanto que outros grupos estudavam uma vez por sete minutos e na segunda sessão, de mesma duração, deviam anotar o máximo de informações que se lembrava sem nenhum tipo de consulta.

Grupos responderam um teste cinco minutos após estudar, outros dois dias e os demais apenas uma semana depois. Os resultados mostraram que os alunos que estudaram na primeira sessão e na segunda tentaram recordar daquilo que aprenderam, lembraram de mais informações dois dias e uma semana depois.

Isso significa que tentar relembrar o material sem consulta é mais eficiente do que reler a mesma informação novamente. Os autores explicaram que esse efeito ocorre porque o cérebro quando tenta recuperar o assunto estudado, está fazendo algo diferente e mais difícil do que quando revê a informação ou estuda de novo. Assim, é possível absorver melhor os fatos ou habilidades pois recuperamos eles sozinhos, sem a necessidade de consulta. A tentativa de relembrar faz com que a informação seja armazenada na memória de maneira diferente, fazendo ligações novas com outros fatos relacionados.

E aí, achou loucura o que falamos por aqui?

Devemos sempre lembrar que estudar deve ser divertido e você não precisa se sobrecarregar neste processo. Essas formas de estudo podem não ser convencionais mas possuem embasamento científico. Portanto, dê uma chance para elas, faça testes e verifique se alguma cabe na sua rotina. As técnicas apresentadas aqui foram retiradas principalmente do livro: “Como aprendemos” de Benedict Carey. Portanto, bora deixar o “preconceito” de lado e dinamizar nossas sessões de estudos, o que você acha?

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